Os escores obtidos em exames como SAT, GRE, Fuvest, Enem e similares podem ser convertidos em escores de QI, devido à similaridade do constructo medido e devido à forte correlação entre as pontuações nesses exames e nos principais testes de QI.
No Brasil não há estudos amplamente divulgados sobre correlação entre escores no Enem e QI ou entre Fuvest e QI, mas nos EUA são muito comuns tais estudos, inclusive há muitas formulas diferentes para converter QI em escores do SAT, GRE ou ACT e vice-versa. Algumas dessas fórmulas são baseadas em Teoria de Resposta ao Item, outras são baseadas em Teoria Clássica dos Testes, outras fazem ajustes personalizados. Há métodos específicos para SAT anterior a 1974, outros para o intervalo de 1974 a 1995 e outros para aplicações posteriores a 1995.
Isso torna possível conhecer o QI aproximado de praticamente qualquer pessoa que tenha ingressado numa universidade dos EUA, bem como se pode conhecer a média de QI nas diferentes instituições de ensino. Isso inclui os QIs de muitas personalidades famosas, todos os presidentes e grandes cientistas.
Esses números, porém, apresentam pequenas distorções, e em alguns casos não são pequenas, principalmente nas instituições nas quais o QI médio é mais alto. Isso acontece porque se a pessoa tem 180 de QI, mas o teto do SAT é cerca de 154, então o resultado registrado e computado para o cálculo da média será no máximo 154, achatando a média para um valor menor do que o verdadeiro. Isso sem contar que o fato de a pessoa ter 180 ou 190 ou 200 não garante que terá escore máximo, resultando em distorções ainda mais graves. Um dos melhores exemplos disso foi o Nobel de Física Richard Feynman, um dos maiores gênios do século XX, cujo QI era seguramente acima de 200, mas no exame aplicado na universidade obteve 123.
Outros proeminentes cientistas, inclusive ganhadores de Nobel, tiveram escores muito abaixo do correto, como William Shockley e Luis Walter Alvarez, que tiveram abaixo de 135, mas ambos foram laureados com o Nobel. Ainda que os méritos de ambos sejam discutíveis, pelo fato de haver trabalhos equivalentes que os precederam em mais de 10 anos, ainda assim é inquestionável que foram grandes cientistas, seguramente acima de 160 ou mesmo 170 de QI.
Distorções similares e ainda mais graves ocorrem entre ganhadores do Nobel. Algumas fontes, como o artigo de Garth Zietsman sobre a norma do Power Test, sugerem que o QI médio dos ganhadores do Nobel em Ciência seja de apenas 155, e os engenheiros do MIT tenham, em média, 144. Em 2001, escrevi um artigo discutindo tal distorção, e numa estimativa subjetiva, apontei como QI provável para ganhadores do Nobel cerca de 170 a 180 e no MIT cerca de 150 a 160. Esse fato se confirma quando pesquisadores no MIT ou ganhadores do Nobel resolvem testes de QI de alto nível, com teto mais apropriado.
O fato é que nas universidades nas quais o QI médio verdadeiro é mais alto, o QI médio medido é mais distorcido para baixo do que nas universidades onde o QI médio é menos alto, pois o teto dos testes distorce mais gravemente nas populações com maior QI, já que o limite assintótico é o mesmo, portanto “rouba” mais pontos de quem tem QI maior.
Nesse artigo aplico um pequeno ajuste para corrigir essas distorções nos QIs das principais instituições de ensino nos EUA, com base na frequência relativa de QIs acima do teto do SAT e que tiveram avaliações abaixo da correta. Outros fatores também poderiam ser considerados para uma correção mais refinada, considerando self-selection das pessoas que fazem tais exames, pois não são representativas da média geral da população. De outro lado, esses exames não medem o próprio QI, e a divergência entre a variável medida e o QI aumenta nos escores maiores. Supondo que esses dois efeitos se compensem aproximadamente, resta corrigir o problema citado nos parágrafos acima, embora, naturalmente, haja também outros detalhes que precisariam ser considerados para uma revisão mais completa e mais acurada.
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A seguir, os resultados para os QIs médios das principais instituições de ensino:
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